Pellegrino / Peregrinus - Em movimento na totalidade dos quatro cantos; Céu e Terra; Em tudo que voa acima da terra; Em tudo que cresce na terra; Em tudo que respira.
sábado, 25 de junho de 2011
O QUADRANTE IDEOLÓGICO DO CAPITALISMO
Conheci pessoalmente o notável psicanalista e filósofo brasileiro Prof.Marcos Oliveira no final do ano de 2008 por conta de um feliz encontro didático (fui seu aluno no curso de formação em psicanálise) e com ele também conheci a sua teoria sócio-psicanalítica original, O QUADRANTE IDEOLÓGICO DO CAPITALISMO ou A TEORIA DOS QUATRO SETORES.
Em tal teoria ele alerta quanto à existência do que chamou de ESTRUTURA IDEOFÍSICA, como uma espécie de topografia subliminar do poder, uma realidade artificial imposta de forma sistêmica para um fim programado de ajustamento das pessoas em nossa sociedade. Assim os ajustadores, bem como, os ajustados, são condicionados de forma inconsciente, numa adequação sutil, pormenorizada e coercitiva a reconhecerem e se posicionarem socialmente num mundo montado e sustentado em quatro grandes pilares ou setores discursivos:
1)O SETOR MERCADOLÓGICO
É onde segunda a lógica do capitalismo, tudo é produzido e convertido em mercadoria para compra e venda, onde tudo é “coisificado”, onde até mesmo o ser humano é desconsiderado como pessoa e tratado como se fosse mais uma coisa, ao mesmo tempo, em que, um automóvel, por exemplo, por vezes é tratado como se fosse mais do que uma coisa, como se tivesse vida própria. Um mundo colorido de produtos que pretendem preencher o vazio existencial humano.
2)O SETOR MIDIÁTICO
É a mídia com sua grande força ideológica, que por meio da propaganda hipnótica cria o desejo pelo produto nas pessoas, e com o pior efeito possível produz nelas um “fetiche mercadológico” sem volta, transformando o estilo de vida das pessoas num estilo de puro consumo, considerado ingenuamente como o modo mais natural e normal do ser humano.
3)O SETOR RELIGIOSO
É um tremendo desserviço da escória religiosa ao próximo, já que em troca de qualquer gorjeta, a religião sacraliza o estilo de vida “capetalista”, e por meio de uma instrumentalização moral incentiva aqui e agora, um consumo feito a todo custo, como a promessa de entrada imediata no “novo céu e nova terra”. Daí, a prova de que os templos religiosos foram convertidos em nada mais nada menos, do que rentáveis shopping centers.
4)O SETOR POLÍTICO
É o setor regulador que serve para legalizar o sistema capitalista como ele foi montado ou se preciso for, reprimir e conter, de forma direta e indireta, qualquer levante contra tal sistema.
E por fim, o Prof. Marcos Oliveira, nos amina a uma REVOLUÇÃO GNOSIOLÓGICA – PAUTADA NO PENSAMENTO LIBERTÁRIO, num conjunto de ideações auto-conscientes para uma espécie de rebelião positiva contra a padronização mais típica do nosso SER (aquilo que está na moda), aquela que pretende fazer de nós, acéfalos repetidores numa acomodação acrítica.
Nas palavras de Freud:
“É impossível fugir a impressão de que as pessoas comumente empregam falsos padrões de avaliação – isto é, de que buscam poder, sucesso e riquezas para elas mesmas e os admiram nos outros, subestimando tudo aquilo que verdadeiramente tem valor na vida”.
Pense nisso!
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Comprometer-se...
Sempre que consulto os mais experientes sobre as minhas idéias diante da vida, eles me afirmam que o precioso segredo é o compromisso que posso ter ou não com os sonhos do meu coração. Que o compromisso acompanha a descoberta de um imenso potencial, que apesar das dificuldades e dos incômodos, agindo compromissado, sou arremessado invariavelmente rumo a novos mundos.
Ou seja, comprometer-se é permitir que todas as forças atuem em comunhão, sem com isso, aguardar aplausos, nem temer pedradas, sem ter medo do resultado, apenas seguir comprometido a jornada da vida.
Enfim, comprometer-se (permanecer comprometido) é enfrentar e superar os maiores obstáculos que nos aparecem pela frente. É atravessar a linha que divide o querer e o fazer; o buscar e o acreditar. Fazendo de um jeito a enfrentar a vida sempre com o melhor espírito perseverante.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Falta urgência para ser herói
Todos vivem na presença das idéias, e aquelas melhores idéias promovem os grandes sonhos e realizações, sendo os realizadores, os grandes heróis da humanidade. Sim cada um de nós, de certa forma, posiciona-se invariavelmente no mundo de forma heróica, ou seja, rompendo com mitos pré-estabelecidos, cada um tentando dar sua resposta existencial... Construindo o seu mito pessoal.
Eu pessoalmente simpatizo com a idéia de saber que alguém procura enfim fazer alguma justiça, alguma coisa boa num mundo tão injusto, algo assim digno de um verdadeiro herói, se bem que talvez eu pense assim por ter crescido lendo super heróis de HQ (risos).
Sim, mas acredito que de vez em quando, é mesmo bem possível rolar uma influência positiva, e um indivíduo passar a fornecer “exemplo heróico”. Falo daquele alguém cheio de esperança que parece ter um talento todo especial, agindo bem por um ideal maior que servirá a toda humanidade.
Assim como também reconheço a importância do personagem heróico na vida de cada ser humano que o acessa – na sua vontade onipotente em alcançar aquilo que está à frente. Falo daquela vontade que todos nós temos de nos desvencilharmos dos problemas, em nossa carência mais humana, nos vinculando ao que é forte, ao que pretendemos controlar... mesmo no fundo sabendo que tudo isso, não passa de puro recurso fantasístico...
Se bem que falando em herói e controle, é bom também salientar, que a forma heróica também é bastante modelar, já que historicamente quem exerce poder, impõe ao herói de forma instrumental e sistemática o maior sacrifício individual em nome do bem coletivo.
De qualquer forma, os grandes heróis chegaram antes, mas os “novos grandes heróis” também estão chegando. Isso significa que uma renovação está sempre acontecendo como a seqüência honrada e digna do trabalho dos antecessores.
Enfim, com certeza é boa coisa enfrentar o mundo com a perspectiva heróica da aventura, com esse senso valoroso de missão pela vida, aberto a um universo de possibilidades, porém sem vocação para super herói que vai salvar o mundo, sem fazer tanta força a ponto de acordar no dia seguinte com corpo e alma doloridos.
Como o Velho Raul bem cantava numa falta de urgência para ser herói em “Cowboy Fora Da Lei”:
“Mamãe, não quero ser prefeito
Pode ser que eu seja eleito
E alguém pode querer me assassinar
Eu não preciso ler jornais
Mentir sozinho eu sou capaz
Não quero ir de encontro ao azar
Papai não quero provar nada
Eu já servi à Pátria amada
E todo mundo cobra minha luz
Oh, coitado, foi tão cedo
Deus me livre, eu tenho medo
Morrer dependurado numa cruz
Eu não sou besta pra tirar onda de herói
Sou vacinado, eu sou cowboy
Cowboy fora da lei
Durango Kid só existe no gibi
E quem quiser que fique aqui
Entrar pra historia é com vocês!”
Existem muitos necessitados, e muitas batalhas a serem travadas por aí, mas hoje o herói não precisa ser necessariamente eu ou você, mas quem sabe uma outra pessoa, ou numa próxima vez...
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